Jornalista Leandro Demori tem incitado as redes em defesa do governo Lula
Ex-diretor do The Intercept, recém contratado pela EBC por 440 mil reais anuais, coordenou ataques a jornalistas do Estadão, que revelaram presença da “Dama do Tráfico” no planalto
Reportagem publicada em 23 de novembro de 2023
Em menos de um ano a gestão do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) já coleciona diversas polêmicas. Para minimizar estas controvérsias, o governo tem contado com o apoio de uma rede composta por militantes digitais, influenciadores, jornalistas e políticos, que tem atuado na criação de narrativas e em ataques a adversários do governo. Estas ações de MAVs (Militância em Ambientes Virtuais do PT) não são novidade, e contam com a leniência e até o apoio de jornalistas e entidades jornalísticas.
Um dos mais influentes integrantes desta rede é o jornalista Leandro Demori, ex-diretor executivo do The Intercept. Jornalistas investigativos, como Demori, são tradicionalmente considerados “cães de caça” da sociedade contra os poderosos. Demori, no entanto, tem atuado como o principal incitador de linchamentos virtuais para defender o governo federal e atacar opositores — incluindo a jornalistas e judeus. Recentemente, este hobby de Demori passou a ser remunerado pela atual gestão: o jornalista fechou contrato com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para estrelar o programa de entrevistas “Dando a Real com Demori”. Em tese, o programa tem objetivo de discutir temas relevantes para a sociedade, na prática está sendo utilizado para potencializar as narrativas pró-governo.
A Investigação analisou em detalhes o contrato firmado com o jornalista, que estabelece uma remuneração de 440 mil reais por um período de 12 meses e pode ser prorrogado por até 60 meses, equivalente a cinco anos. O contrato, para a produção de 52 episódios de 26 minutos cada, também prevê a possibilidade de acréscimos ou reduções de até 25% desse valor, ajustáveis conforme as necessidades da contratante. A documentação completa pode ser acessada aqui.
Entre os pontos mais interessantes está a realização de contrato sem licitação, o mesmo tipo realizado entre prefeituras e cantores sertanejos e que Demori criticou no passado — posteriormente Demori apagou o tuíte, mas o mesmo pode ser visto aqui. Importante destacar que, segundo o Portal da Transparência, este ano, 78% dos contratos celebrados pela EBC foram feitos sem licitação. Em 2020, enquanto Bolsonaro estava na presidência, a situação era inversa e 82% dos contratos foram celebrados com licitação.
A justificativa dada pela EBC para a contratação de Demori sem licitação, conforme detalhado no Estudo Técnico Preliminar (ETP), se baseia na “singularidade das habilidades, experiência e qualificações técnicas e acadêmicas” de Demori. O ETP enfatiza que Demori é considerado o único jornalista no país com as capacidades específicas necessárias para estrelar este programa de entrevistas. Para realizar a dispensa de licitação, a EBC invocou o artigo 30 da Lei nº 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, que trata da inexigibilidade de licitação para a contratação de bens e serviços que possuam características de singularidade e fornecedor exclusivo, ou em casos onde há inviabilidade de competição.
Segundo Mário Saadi, doutor em Direito Administrativo pela USP, em entrevista à Gazeta do Povo sobre o escândalo das contratações de cantores sertanejos por prefeituras, a contratação sem licitação é normal e está amparada pelo artigo 37, inciso XIX, da Constituição Federal. Está também respaldada pela Nova Lei de Licitações, de 2021, que prevê a “inexigibilidade de licitação”, uma contratação direta sem procedimento licitatório prévio, para contratação de profissional do setor artístico, desde que este seja consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Na mesma reportagem, Gustavo Schiefler, doutor em Direito do Estado, explicou que pode haver ilegalidade nestes contratos: como ausência de uma motivação adequada para a contratação ou o eventual pagamento de um preço superior ao preço praticado em situações semelhantes no mercado em geral.
Segundo a documentação da contratação, o “argumento inédito" do DR com Demori vai de encontro ao identificado como necessário para a grade da TV Brasil. Eis a apresentação do programa: “Prepare-se para uma dose generosa de realidade, temperada com uma pitada de humor e servida direto da sua casa! [...] Você está cansado de conversas maçantes e debates sem sal? Leandro Demori, nosso jornalista, mestre da sinceridade e craque em desvendar os mistérios da Política, Economia e Sociedade, está aqui para mudar o jogo”.
Embora o “argumento inédito” da atração seja semelhante ao diversas outras realizadas no país, o programa propõe “sacudir o Brasil”, com o jeito descontraído e questionador do apresentador, mas tem alcançado números pífios de audiência. As entrevistas, na sua maioria com personalidades de esquerda ou extrema-esquerda, têm atingido uma média de 3 a 4 mil visualizações no canal do Youtube da TV Brasil, que possui cerca de 2 milhões de inscritos.
O programa teve duas entrevistas com audiência ligeiramente superior. A primeira, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que atuou no caso Vaza Jato impedindo que o The Intercept fosse investigado por participação na interceptação de mensagens de integrantes da Lava Jato — ato que culminou com anulação das penas de Lula e o colocou em liberdade — atraiu 19 mil visualizações; a segunda teve a participação de Roger Waters, ex-guitarrista do Pink Floyd que tem sido criticado por seus comentários antissemitas, e alcançou cerca de 70 mil visualizações. Para efeito de comparação, uma entrevista concedida pelo filósofo Olavo de Carvalho para a TV Brasil em dezembro de 2018 alcançou mais de 800 mil visualizações.
Ataques ao Estadão
Recentemente, militantes de esquerda coordenaram um ataque contra o jornal Estado de São Paulo, conhecido como Estadão. O foco estava nos jornalistas André Shalders e Tássio Lorran, que revelaram a ligação de uma mulher ao Comando Vermelho no Ministério da Justiça, e também na diretora executiva do jornal, Andreza Matais.
A reportagem do Estadão detalhou as reuniões de Luciane Barbosa Farias, a “'Dama do Tráfico do Amazonas”, ocorridas na sede do Ministério da Justiça, em Brasília. Casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, um dos líderes da facção Comando Vermelho na Região Norte que cumpre pena de 31 anos em um presídio amazonense, Luciene se encontrou em março com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e em maio com Rafael Velasco Brandani, secretário Nacional de Políticas Penais. Luciene também esteve em outubro no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que custeou a viagem de Manaus a Brasília.
A reportagem teve um impacto significativo em Brasília, gerando irritação entre membros do governo, e foi amplamente capitalizada por opositores políticos de direita nas redes sociais, que intensificaram as críticas ao governo, em especial aos ministros Flávio Dino e Silvio de Almeida por supostamente adotarem uma postura leniente em relação ao crime. Apesar de o governo admitir o erro em receber Luciane, militantes de esquerda lançaram uma contraofensiva, classificando o episódio como um “ataque” da imprensa.
Leandro Demori criou uma narrativa sobre o caso buscando desacreditar as acusações feitas pelo Estadão. Um dos argumentos, expostos por Demori durante um programa no canal do Instituto Conhecimento Liberta (ICL), think tank de esquerda fundado pelo ex-banqueiro Eduardo Moreira, seria o fato de Luciene não ter sido condenada em segunda instância na época em que esteve com os secretários. A condenação só teria vindo em outubro, enquanto as visitas foram em março e maio. A estratégia de Demori omite o fato de que as investigações da polícia e do Ministério Público do Amazonas já apontavam Luciene como “braço financeiro” da operação do marido, um dos criminosos mais perigosos do Norte do país.
Outro argumento apresentado foi que o apelido “Dama do Tráfico” foi inventado pela equipe de reportagem. Respondendo um tuíte, o repórter André Shalders escreveu que ouviu o apelido de uma fonte e, achando-o peculiar, o incluiu na reportagem. O caso é semelhante ao da médica Mayra Pinheiro, apelidada jocosamente de “Capitã Cloroquina” por um veículo de imprensa, algo se espalhou para todos os outros veículos, e o próprio Demori a tratou com este termo jocoso na ocasião. A diferença é que neste caso o apelido teria, supostamente, surgido de uma pessoa envolvida no caso, e não da mente de um jornalista.
A narrativa de Demori rapidamente ganhou força entre a militância de esquerda, que começou a propagar a ideia de que o Estadão havia armado contra o ministro Flávio Dino. Na sequência, Demori publicou no Twitter que o jornalista Tássio Lorran, do Estadão, teria feito um pedido de informações do seu salário na EBC como forma de intimidá-lo. Segundo fontes consultadas por A Investigação, o pedido foi realizado pelo jornalista à EBC, e este foi repassado a Demori.
Demori mencionou o perfil do jornalista do Estadão no Twitter, incitando ataques da militância de esquerda. Assim, diversos MAVs começaram a atacar os jornalistas, que precisaram fechar os seus perfis nas redes sociais. O ator José de Abreu publicou a foto de um dos jornalistas ironizando a sua idade, nos comentários os seguidores do artista destilaram ódio contra os jornalistas.
Vale lembrar que a teoria do “Gabinete do Ódio” bolsonarista baseou-se em acusações de uso de hashtags por contas associadas ao governo para organizar ataques contra opositores políticos e jornalistas. Segundo o advogado Hugo Freitas, no Inquérito das Fake News, o STF considerou crime fazer campanha para levantar hashtags contra indivíduos.
“O fato de certas contas grandes usarem hashtags juntas foi usado de prova de organização criminosa, o "Gabinete do Ódio", e rendeu censura das contas e busca e apreensão de aparelhos”, escreveu Hugo no Twitter, acrescentando que O Ministério Público Federal (MPF) também citou o conceito de "violência digital" contra jornalistas, tese extraída do livro da jornalista Patrícia Campos Mello, como justificativa para instaurar inquérito civil contra sete redes sociais, pressionando-as a adotar medidas de supressão de conteúdo.
Freitas destaca a ironia da situação: "O mesmo instrumento digital que outrora foi usado para censurar e investigar grupos de direita está agora sendo utilizado por outros espectros políticos. Onde devemos traçar a linha entre a mobilização política legítima e a manipulação que se disfarça de ativismo?".
Hipocrisia
"Curiosamente, a irritação de Demori com um pedido simples de informação sobre seus rendimentos surgiu apenas quatro dias após ele mesmo questionar outra pessoa sobre seus rendimentos. Após cientista político judeu André Lajst gravar um vídeo refutando algumas mentiras recém contadas pelo presidente Lula acerca da guerra entre Israel e Palestina, Demori saiu em defesa do presidente questionando a sua formação acadêmica e a fonte de financiamento da organização Stand With Us Brasil, da qual Lajst faz parte.
“Quem o financia aqui no Brasil? Transparência zero. Aliás, alguém já checou a veracidade do currículo do André Lajst? Talvez haja surpresas”, escreveu Demori, no último dia 12. O tuíte foi prontamente respondido pelo cientista político detalhando seu currículo acadêmico.
Mesmo assim, Lajst passou a receber uma enxurrada de ataques de MAVs e com isso todas as imagens publicadas por Lajst no Twitter, em qualquer contexto, passaram a ser sinalizadas como “conteúdo potencialmente sensível”, demonstrando que o perfil, possivelmente, sofreu ataques em massa. O alcance do conteúdo reduziu drasticamente, podendo caracterizar shadowban.
“Nos últimos dias, tenho sido alvo de uma tentativa de cancelamento liderada pelo jornalista Leandro Demori. Ele questiona, de forma gratuita, a minha formação acadêmica, simplesmente, por eu ser judeu, numa clara tentativa de me desqualificar”, escreveu Lajst no Twitter.
Respondendo um dos MAVs que atacavam o cientista político, comentando que quem segue Lajst “não tem vergonha na cara”, o jornalista Hélio Doyle escreveu: “acabo de ver que fui bloqueado por ele! Que honra! Não convivo com fascistas, nazistas e ‘sionazistas’”. Doyle foi o responsável por assinar o contrato de Demori na EBC, em 12 de setembro, e foi demitido pelo governo Lula um mês depois por tecer outros comentários antissemitas nas redes sociais. “Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante", escreveu.
Lajst propôs a Demori um debate, mas ele se escondeu sob a sombra do jornalista judeu-antissemita Breno Altman, fundador do site Opera Mundi, que tem tecido diversos comentários virulentos contra Israel, incluindo mentiras sobre os ataques de 7 de outubro. Altman também comemorou o bombardeio do Hezbollah contra Israel e o crescimento de “perdas sionistas”.
A Dama das Fakenews
Neste sábado (18) a Revista Fórum — blog pró-PT que recebia uma boa grana durante o governo Dilma e recentemente voltou a receber recursos do governo federal —, publicou uma “reportagem”, produzida por Marcelo Hailer, que afirmou que uma denúncia foi realizada por jornalistas do Estadão ao Ministério Público do Trabalho denunciando que Andreza Matais diretora executiva de política do Estadão teria pressionado os jornalistas a publicar mentiras sobre o governo.
Da mesma forma com que a história foi rapidamente espalhada por MAVs, foi desmentida por seus furos: a denúncia poderia ser feita por qualquer pessoa no sistema do MPT e não há como confirmar se foi realmente enviada. Mesmo assim, a matéria foi compartilhada por integrantes do governo federal, como o ministro da Justiça, Flávio Dino. Uma Nota da Comunidade foi adicionada à publicação da deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, que compartilhou o link para a notícia e alcançou mais de mil compartilhamentos e passou dos mil comentários, até o fim da noite de domingo.
Jornalista experiente e premiada, Andreza foi atacada com virulência, de forma mais intensa que seus colegas homens. Um dos ataques veio do youtuber Felipe Neto, que publicou a foto de Andreza com a legenda "Quem financia a dama das fake news?". O youtuber apagou a publicação na sequência e no dia seguinte fez um pedido de retratação. Embora este não seja o primeiro ataque realizado por Felipe Neto, o youtuber é um dos integrantes do grupo de trabalho instaurado pelo ministério dos Direitos Humanos Silvio de Almeida para combater o “discurso de ódio” no Brasil. O youtuber foi nomeado para o grupo de trabalho pelo próprio presidente Lula.
O ataque repetiu o que foi feito anteriormente a Andreza, que foi atacada nas redes sociais e teve sua conta gov.br hackeada por ter publicado em um tuíte o valor do salário recebido por George Marques, funcionário da Secom.
A tag “Dama das Fakenews” ficou entre os trending topics neste Domingo sendo impulsionada por influenciadores de esquerda como Thiago dos Reis, criador do blogue Plantão Brasil, que conta com mais de 1 milhão de seguidores no Facebook e é destinado a atacar Bolsonaro e defender Lula — nesta ordem — que publicou no Twitter a foto de Andreza Matais e instou que a Polícia Federal fosse acionada para ”apurar quem financia as fakenews do Estadão”.
Recentemente, Reis foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pela prática de três crimes contra a honra do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na denúncia, o promotor Alexandre Murilo Graça, da 3ª Promotoria de Investigação Penal Especializada, solicita que Reis seja condenado a uma pena total de quatro anos e dois meses de prisão. Anteriormente Reis já tinha sido alvo de mandado de prisão acusado pelo próprio pai de deixar o idoso em estado de vulnerabilidade social e insegurança alimentar. O processo corre em segredo de Justiça.
Questionado pelo jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, sobre a veracidade da denúncia ao MPT, o jornalista Renato Rovai, diretor de redação da Revista Fórum, afirmou no Twitter ter sido ameaçado pelo colega. Rovai incluiu ainda insinuações sobre o proprietário do Metrópoles e sobre “contratos absurdos” que o portal teria com o governo do Distrito Federal e a Câmara Legislativa. “Há um conluio entre Estadão e Metrópoles? Ou é coisa de subordinados que se acham dom quixotes e querem intimidar pessoas às 22h13 de um domingo?”, escreveu.
Embora Rovai tenha afirmado que possui prints de conversas e gravações de áudios, não publicou nenhum deles. Amado, por sua vez, respondeu com os prints da conversa que teve com o colega, que demonstram um tom cordial e respeitoso. Tom diferente do utilizado por Rovai, que escreveu: “Tássio Lorran deveria ter vergonha, porque o dinheiro do seu salário vem, entre outros lugares, da prefeitura de SP, que paga o Estadão para fazer matérias elogiosas ao prefeito. Uma vergonha”. Em resposta a este tuíte, Demori agradeceu: “valeu, mestre!”.
A mesma Revista Fórum publicou um artigo afirmando que os “ataques” recebidos por Dino se deram por causa de ações de combate ao crime organizado promovidas pelo ministro. A narrativa, sem base factual, foi abraçada pelo próprio ministro, que retuitou a publicação da revista. Em um outro tuíte, Dino afirmou que a reportagem desmontava “as vis difamações ”contra ele engendradas. “‘Follow the money’ é um bordão muito conhecido. Quando isso é feito mesmo, a ‘elite do crime organizado’ reage”, escreveu. O mesmo argumento foi utilizado pelo presidente Lula quando se manifestou a favor do ministro da Justiça. Lula afirmou que Dino vem sendo alvo de “absurdos ataques artificialmente plantados” e que há uma ação coordenada para difusão de fake news por causa do trabalho do ministro de combate ao crime. Nenhuma destas afirmações foi feita acompanhada de provas.
Em resposta a estes ataques, o Estadão afirmou que irá processar os envolvidos: “A reação furiosa orquestrada nas redes sociais contra jornalistas do Estadão em nada diminui a qualidade da apuração da reportagem sobre as intimidades da dama do tráfico com altos funcionários públicos. Ela mostra apenas a incapacidade de certos setores de conviver com o jornalismo independente”, afirmou o diretor executivo de jornalismo do Grupo Estado, Eurípedes Alcântara, no domingo, dia 19. Nesta querta-feira (22), repórteres de política do Estadão publicaram uma carta desmentindo a veracidade das supostas denúncias realizadas ao MPT contra a diretora do jornal.
O que dizem os envolvidos
Entramos em contato com Leandro Demori e com a EBC, mas até o presente momento não recebemos uma resposta. Nossa equipe de reportagem permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos que eles queiram fornecer e atualizaremos a matéria assim que recebermos as respectivas informações.